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Bicentenário da imigração alemã no Brasil: uma festa da integração humana

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Por Rafael Koerig Gessinger

Sabemos, no Sul do Brasil, que 2024 é o ano em que são celebrados os 200 anos da Imigração Alemã no nosso país, data conhecida por nós como Bicentenário. Quando o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, fez publicar, em setembro de 2021, o Decreto 56.110 para organizar as comemorações, o recado foi claro: o Rio Grande do Sul celebra a integração humana, o Rio Grande do Sul festeja os encontros culturais que marcam sua população. Exaltemos, portanto, as culturas e seus encontros. Por isso, a Comissão Oficial do Bicentenário, composta por dezenas de entidades e permanentemente aberta a se expandir, volta seus olhos não apenas ao passado, mas também para o futuro. São muitas as frentes estimuladas: ciência, cooperação técnica, economia, agricultura, intercâmbio acadêmico, arquitetura, gastronomia, música, cinema, cidadania, direitos humanos, literatura, língua alemã, sustentabilidade, turismo, enfim, nada escapa ao Bicentenário.

Ao Bicentenário também pertence a reflexão sobre a migração e o migrante de ontem e de hoje. Quem chegou ao Brasil há 200 anos? Quem chega no Brasil hoje, em 2024? A resposta deve ser única: seres humanos. Pessoas! Nós! Antes de tudo, o fenômeno migratório é um fenômeno humano universal, que apenas acidentalmente consuma-se mais neste ou naquele período, nesta ou naquela região.

A nova Lei de Migração revela a maneira como o fenômeno da migração humana deve ser compreendido atualmente, a saber, assumindo a universalidade, a indivisibilidade e a interdependência dos direitos humanos, afirmando a acolhida humanitária e o repúdio à xenofobia e ao racismo, e sobretudo concebendo o migrante como fator de desenvolvimento econômico, turístico, social, cultural, esportivo, científico e tecnológico do Brasil.

O migrante foi, é e será, sempre, uma enorme riqueza que deve ser comemorada e valorizada. Prova disso é o sucesso de São Leopoldo, Novo Hamburgo, Santa Cruz do Sul e de todo o Rio Grande do Sul. O migrante de hoje é o bem-sucedido cidadão de amanhã. Por tudo isso, o Bicentenário celebra a pessoa humana e sua capacidade de enfrentar desafios, de acolher, de se adaptar, de olhar o próximo como irmão e de partilhar sofrimentos e alegrias. O Bicentenário da Imigração Alemã quer ser a festa da fraternidade entre todas as pessoas.

Com esse espírito, o governo do Estado do Rio Grande do Sul e mais de 50 entidades da sociedade civil colocam-se como parceiros de todas as instituições e pessoas interessadas em fazer, ao longo de 2024, eventos e projetos que celebrem a vida e as pessoas, tomando como referência histórica os 200 anos da imigração alemã, projetando o passado até o presente e mirando o futuro como palco de valores cada vez mais sólidos, como liberdade, igualdade e fraternidade, tudo isso em torno de uma ideia viva e vibrante de dignidade humana.

[Tradução da versão publicada em alemão na Tópicos - Revista da Sociedade Brasil-Alemanha, edição 1 de 2024, p. 23]

Subsecretário de Justiça e Integridade Institucional da SJCDH e presidente da Comissão Oficial do Bicentenário da Imigração Alemã

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